A mordomia do ministério
pastoral
Salmos 128.3
3 A tua mulher será como
a videira frutífera aos lados da tua casa;
a videira frutífera aos lados da tua casa;
os teus filhos como plantas de
oliveira à roda da tua mesa.
oliveira à roda da tua mesa.
INTRODUÇÃO
A presente palestra apresenta-se como um subtema do tema anual da CONEMAD-PI 2013: Revitalizando a Igreja (Isaías 40.29), ministrada no V Simpósio de Liderança ocorrido em novembro.
Compreender a mordomia do ministério pastoral garantirá ao obreiro equilíbrio frente às dificuldades enfrentadas no campo missionário, isto é, aos fatores psicológicos, físicos, familiares, financeiros, conjugais, dentre outros, que conduzem a desistência, além daquele sentimento de ter sido usado, consumido e descartado.
I. O OBREIRO E SUA CHAMADA
1. A Responsabilidade do Reino
a) Existe uma vontade divina a ser cumprida (1Tm 2.4)
– é vontade de Deus que ninguém se perca, mas que conheça a verdade;
b) A obra da Redenção precisa ser conhecida dos homens (Mt 28.19-20)
– o exemplo de Jesus deve ser seguido, cumprir a vontade do Pai (Jo 4.34)
c) A chamada divina envolve dois aspectos na vida do homem:
– a chamada geral/coletiva (Mc 16.15);
– a chamada específica/individual (At 9.3-18).
d) O convite ao Reino é facultativo (Lc 9.23)
– uma vez aceito requer renúncia e responsabilidade
2. Entendendo a vocação
a) A vocação é o chamado divino para determinada tarefa (Mt 25.14-30)
– aptidão é a capacidade e habilidade inerente a natureza da pessoa para efetuar certo serviço;
b) Aceitar a Cristo é também, partilhar de Sua vocação (Lc 4.18-19)
– ser testemunha das Boas Novas nesta terra (At 1.8)
c) O obreiro é comissionado por Deus para determinada tarefa: profeta, mestre, (Ef 4.11)
– a excelência do ministério não está no título, mas no agir do Espírito Santo
d) Deus vocaciona pessoas ocupadas, que gostam de trabalhar (1Sm 16.5; Jz 6.11-12; 1Rs 19.19; Mt 9.9)
e) Todo ser humano tem uma vocação, uma missão a ser realizada e um ministério a ser exercido
– mordomia é a administração de uma responsabilidade (Tt 1.7);
3. Superando os Conflitos Interiores
a) A vida privada e pública do ministro deve estar em harmonia (1Tm 4.16)
– sua vida tem que estar em consonância com o que prega;
b) Saber que será extremamente cobrado pela sua posição (Lc 12.48)
– crises, stress e adversidades farão parte de seu dia-a-dia (2Co 7.5)
c) Ter cuidado com o esgotamento físico e a fadiga ministerial
– estrutura eclesiástica falha e assimilar a pressão externa da Igreja, gera apatia com o ministério, desistência
d) A síndrome de Burnout (anos 70), expressão inglesa “to burn out” (queimar por completo)
– é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, caracterizado pelo esgotamento físico e mental, relacionado com o estresse causado pelo trabalho ocupacional
e) A evolução social trouxe também à pluralidade de assuntos afetos a igreja
– você não é um super homem (At 14.22), nada de exageros, perfeccionismo extremista
II. O OBREIRO E A SUA IGREJA
1. As Demandas da Igreja
a) Saber que a Igreja é propriedade exclusiva de Deus
– dela Ele cuida, pois suas demandas não têm fim
b) A igreja é um grande hospital
– cheia de pessoas que desejam ser visitadas, encorajadas, consoladas, custeadas, carregadas, bajuladas,…
c) Saber separar a demanda pessoal e espiritual do membro
– não assimilar aquilo que o membro pode fazer
d) Existe a tendência desumana de avaliar o pastor pelo bem-estar comunitário
– vincular sua aceitação com uma insaciável demanda por serviços
e) O parâmetro é amar ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.31)
– este é o padrão, nem mais e nem menos
f) A pluralidade de demanda é retrato de uma igreja formada por membros egoístas e individualistas
– a demanda da igreja deve estar centrada no seu chamamento divino
2. O Ministério Pastoral
a) O ministério pastoral no século XXI tem se tornado difícil
– a estada no ministério tem que ser prazerosa e não ser uma sessão de tortura
b) Quem almeja o episcopado, excelente obra deseja (1Tm 3.1)
– este desejo tem se esvaído do nosso meio, por quê?
c) O obreiro tem que estar convicto de sua chamada (2Co 3.5)
– a convicção evita a desilusão e fortalece a ação pastoral
d) Chamados para servir (1Pe 5.2) e despenseiros da casa de Deus(1Co 4.2)
– a finalidade é servir e não ser servido (Mc 10.43)
e) Deve ter em evidência as qualificações do obreiro aprovado (1 Tm 3.2-7)
– irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar, não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição; Não neófito e que tenha bom testemunho dos que estão de fora;
3. Evitando a Sobrecarga
a) Jetro nos dá o exemplo clássico de delegação para evitar a sobrecarga (Êx 18.20-21)
– a igreja é um organismo (corpo) com vários membros (1Co 12.12)
b) O verdadeiro líder obtém resultados por meio de outras pessoas
– treinar não é fácil, mas Barnabé investiu em Saulo (At 9.26,27)
c) Saber o que delegar, como delegar e para quem delegar
– troca mútua oportunidade (líder) versus aprendizado (discípulo)
d) Promova uma liderança participativa influenciando seus liderados
– como aparecerá alguém se não houver oportunidade
e) Invista na capacitação de novos obreiros
– não tenha medo de investir em novos talentos
III. O OBREIRO E A SUA FAMÍLIA
1. A Responsabilidade com o Lar
a) Saber que a obra sempre terá um substituto, porém o lar é nossa responsabilidade
– suprir as necessidades materiais, emocionais e espirituais (1Tm 5.8)
b) Proteger a sua família da carga imputada pela igreja
– mostrar que seu lar é formado por pessoas normais
c) Prover momentos a sós com o cônjuge e filhos
– Jesus dá exemplo desse retiro (Mt 14.13)
d) É responsabilidade de o obreiro servir a Deus com toda a sua família (Js 24.15)
– exerça o sacerdócio de seu lar, lute pelos seus familiares
e) Evitar trazer ao lar as frustrações e o desgaste ministerial
– que imagem você tem passado do ministério a sua família?
2. A Responsabilidade com a Esposa
a) Entender que o ministério de sua esposa não é cópia do seu
b) Saber que a mulher é sua auxiliadora no exercício do sacerdócio familiar
c) A fidelidade para com os deveres conjugais (1Co 7.3)
d) Manter acesa a chama do amor, companheirismo, confidência, discrição,
e) Invista em sua esposa, não seja egoísta
3. A Responsabilidade com os Filhos
a) Deus os confiou aos nossos cuidados e um dia teremos que prestar contas
b) Não deixe que o ministério roube você de seus filhos (Ef 6.4)
c) Seus filhos devem sentir prazer em servir a Deus pelo exemplo de sua vida
d) Que tipo de herança você está deixando no mundo? (Sl 127.3)
e) Proteja seus filhos das influências malignas (1Co 15.33)
f) Envolva seus filhos na missão espiritual, despertando neles o desejo de servir a Deus
4. O Cuidado Pessoal
a) Uma boa consciência para consigo mesmo (Rm 14:22)
b) Manter uma boa alimentação, bem como uma atividade física
– uma vida saudável prolongará seus dias
c) O descanso é fundamental para renovar as forças
– uma mente descansada é mais eficiente
d) Investir em um hobby que lhe dá prazer
– a distração é uma forma de oxigenar a mente para tomada certa de decisões
e) Um obreiro bem disposto contagia seus liderados
– assim como a família a igreja deve ser o reflexo de seu pastor
CONCLUSÃO
O desânimo e a desilusão no ministério podem ser vencidos quando o obreiro tomar a decisão de resolver esses conflitos. Peça auxílio ao Espírito Santo para orientá-lo como vencer as crises, porém não se esqueça que a família é aquela que vai te acolher no final de seus dias. Valorize seu lar.