INTRODUÇÃO
Notamos que determinados cultos têm perdido totalmente seu objetivo, que é adorar a Deus. As liturgias têm fracassado em sua meta. Cultos têm se transformado em shows, louvores em apresentações e pregação do evangelho em palavras que atende ao meu cliente.
Daqui a algumas décadas, se perpetuar esta prática, a igreja que Cristo se propôs edificar não será imaculada. Esperamos que quando isto acontecer estejamos com o nosso amado Mestre gozando as benesses do arrebatamento.
I. O CULTO
1. O que é Culto
a) É um conjunto de formas externas em que a própria pessoa, a família reunida ou mesmo a comunidade estabelece a sua vida religiosa;
b) É o mesmo que “liturgia”, que significa “ritual”, “o culto instituído por uma igreja”;
c) O conjunto da manifestação de atos de adoração forma o culto;
d) Etimologicamente a palavra “culto” quer dizer: A mais elevada homenagem que se presta a uma divindade, isto é, adoração na mais restrita acepção do termo;
e) O culto cristão é uma série de ações, ou seja, atos conjugados, praticados pelo adorador; e estes atos, em conjunto, é que formam o culto.
2. O que a Bíblia diz:
a) Era um elemento muito importante na vida do povo de Israel (Êx 12.36);
b) Em Salmos e, em Gênesis (Gn 4.3), o autor não imagina religiosidade sem culto;
c) Através do culto, a fé é transmitida em tradição viva (Sl 78.3);
d) Os fiéis da comunidade em Jerusalém participavam do culto do templo (At 2.46);
e) Jesus chamou o templo de “a casa de meu Pai” (Jo 2.16), e apresenta o seu templo de próprio corpo como o novo templo (Jo 2.19-22);
f) Com sua morte e ressurreição, Jesus passou a inaugurar o culto da Igreja, cujos regenerados compartilharão de sua imagem e natureza (Rm 8.29);
g) O culto para o cristão tem o mesmo sentido de “vida agradável a Deus”(Rm 12.1,2);
h) comunhão e adoração apropriada, inspirada pelo Espírito Santo de Deus (Rm 8.26,27);
i) Por meio de Jesus, podemos oferecer sacrifícios espirituais como “casas espirituais” (1Pe 2.5).
3. A importância do culto
a) aproxima o homem a Deus;
b) concede instrução para o viver diário;
c) concede oportunidade de uma consciência pura;
d) provê estímulos morais e desafios para a vida;
e) coloca o homem em comunhão perfeita com o próximo.
II. O CULTO ESTRANHO
1. O culto de Caim (Gn 4.1-7)
a) Os dois tinham os mesmos pais, nasceram e foram criados fora do Jardim do Éden, receberam as mesmas instruções religiosas e possuíam inclinação religiosa (oferta a Deus);
b) A diferença estava no modo de cultuar:
– Caim e Abel trouxeram sacrifícios diferentes a Deus;
– Abel trouxe um sacrifício de sangue e Caim, de frutas e flores;
– naquela época o forte era a agricultura; Abel criava ovelhas para oferecê-las a Deus;
– no sacrifício de Abel houve a confissão de pecados (Hb 9.22) e no de Caim negava sua culpa e professava que ele era justo;
– Caim trouxe do fruto da terra, a qual Deus amaldiçoara, trouxe do trabalho de suas próprias mãos, confiando nisto para sua salvação; apoiou nos seus méritos, auto-suficiência;
– Abel é o tipo do crente no sangue de Cristo e Caim é o tipo do crente na salvação pelas obras.
c) Abel fez sua oferta pela fé e a de Caim, não (Rm 10.17; At 15.9; Ef 1.19; 1Co 4.7)
d) Da rejeição da oferta veio a inveja, o homicídio (v. 8) e o juízo de Deus (vv. 10-16);
e) Será que existe inveja em nosso meio? Pessoas que confiam em seus méritos?
2. O culto ao Bezerro de ouro (Ex 32.1-6)
a) O povo tinha acabado de fazer uma aliança com Deus (Êx 24.3,4)
b) Presenciaram o milagre da saída do Egito, a passagem pelo Mar vermelho, águas amargas tornam-se doces, o maná, água da rocha (Êx 14 a 17);
c) Aos pés do Monte Sinai, fazem aliança com Deus, recebem os Mandamentos (Ex 20) e outras leis (Ex 21-23);
d) No Monte contemplam a glória de Deus(Êx 19.16-25), mas seus corações estavam no Egito (Ex 32.1);
e) Com suas ofertas adoraram outros deuses (Ex 32.6-10);
f) Os que assim procederam receberam duro juízo da parte de Deus (Ex 32.28,33-35);
g) Será que existem pessoas dentro da igreja cultuando a outros deuses?
3. O culto de Nadabe e Abiú (Lv 10.1-3, 10)
a) No sistema sacerdotal, Deus enviara fogo do Céu que deveria ser usado perenemente no altar (Êx 40.34,35);
b) Compareceram diante de Deus com fogo estranho (Ex 30.9);
c) Fogo estranho retrata nossas atitudes e motivações ao cultuar a Deus;
d) Tal atitude desagradou o zelo e a santidade de Deus, que os fulminou instantaneamente;
e) Para o homem tudo parece ser bom (Pv 14.12), porém Deus faz diferença entre o santo e o profano (vv. 9,11);
f) O que te motiva a cultuar a Deus?
4. O culto de Saul (1Sm 13.8-14)
a) No início de seu reinado de Saul os amonitas(1Sm 11.11), porém desperta a ira dos filisteus (13.5);
b) A temor quanto a investida dos inimigos e Samuel conclama o povo ao arrependimento (12.19-24);
c) Saul desobedece a ordem de Samuel e oferece sacrifício a Deus (ele era rei e não sacerdote);
d) Por causa disso, seu reinado não foi confirmado, e em seu lugar Deus levantou Davi (1Sm 16.1,11-13);
e) Na casa do Senhor cada um tem um ministério, que deve ser exercido com zelo (2Tm 4.5).
5. O culto em Jerusalém nos dias de Jesus (Mt 21.12-17)
a) Negociatas; covil de salteadores (subornos; vendiam animais defeituosos e sacrificavam qualquer coisas a Deus,…);
b) Sacerdócios corruptos – religiosidade de fachada, templo como lugar de encontro (social);
c) O povo era maltratado e subjugado;
d) O que você tem feito da Casa de Deus?
6. O culto de Marta (Lc 10.38-42)
a) Sua atitude denota ansiedade, distração, preocupação e frustração;
b) Parece que era considerada a dona da casa; provavelmente a irmã mais idosa;
c) Estava ocupada – distraída por motivos internos e externos de menor importância;
d) Agitava-se – Dona de casa distraída pelo muito servir, inquieta, afastada e atarefada;
e) Não agiu por maldade apenas estava frustrada com as atividades normais de seu lar;
f) Procurava agradar ao convidado ilustre “Jesus” – esforçava-se em preparar a melhor refeição;
g) Sua irmã lhe parecia preguiçosa, negligente de suas responsabilidades quanto ao lar;
h) Não se dirigiu a Maria, fazendo-a ajudá-la nos afazeres (visto que esta contemplava a Cristo);
i) Apelou para Jesus a fim de interroper uma conversa que reputava relativamente inútil;
j) A atenção de Marta em vez de centralizar-se em Jesus, era atraída para cá e para lá;
k) Outras passagens demonstram esta atitude – morte de Lázaro (Jo 11.20) e em servir (Jo 12.2);
l) Ansiosa por muitas coisas – denota no íntimo a sua intranqüilidade (v. 41);
m) Preocupada – é a palavra que fala da confusão externa que a acompanhava (v. 41);
n) Visão material – contemplativa, terrena, não-religiosa.
o) Que afazeres em tua vida tem impedido que fique aos pés de Jesus?
7. O culto estranho – Outros exemplos
a) O culto dos Profetas de Baal (1Rs 18);
– culto a um deus morto, ineficaz (conseqüência morte);
b) O culto em Jerusalém nos dias de Ezequiel (Ez 22. 23-31);
– homens amantes de si mesmo; profanam o santuário; desonestos,…. (conseqüência morte);
c) O culto de Ananias e Safira (At 5.1-11);
– mentira, falsidade, desonestidade,… (conseqüência morte);
III. O CULTO VERDADEIRO
1. O culto de Maria (Lc 10.38-42)
a) A atenção de Maria estava centralizada em Cristo – singeleza de coração;
b) Poupada de qualquer distração – buscava a saúde da alma (sedenta);
c) Aparece meditativa e emocional – na morte de Lázaro (Jo 11.31;12.3) ;
d) Visão espiritual – lado espiritual da vida, boa porção (v. 42);
e) Poucas coisas são indispensáveis quando se está com Cristo;
(1) A comunhão com Ele;
(2) Aprender aos seus pés – continuamente como uma aluno aos pés do Mestre (Paulo/Gamaliel);
(3) Adoração a Ele – é uma necessidade;
(4) Desenvolvimento espiritual do homem interior – maturidade pela Palavra e experiência;
2. Exemplos de cultos verdadeiros
a) Noé ao sair da arca (Gn 8.20-22) – promessa a humanidade;
b) Abraão e seu sacrifício a Deus (Gn 15.7-21) – promessa a sua descendência;
c) O culto de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Dn 3.17-25) – livramento;
d) O culto na casa de Zaqueu (Lc 19.1-10) – transformação.
e) Felipe e o eunuco de Candace (At 8.26-40) – conversão genuína/novo nascimento;
f) O culto na casa de Cornélio (At 10.44-48) – batismo com o Espírito Santo.
3. O culto verdadeiro
a) Deve ser feito em espírito e em verdade (Jo 4.21-24);
– envolver corpo, alma e coração (1Ts 5.23);
b) Em santidade de vida (2Co 7.1; 1Ts 3.13; Hb 12.14);
– abandonar o pecado e sua prática;
c) Um culto racional (Rm 12.1,2);
– em comunhão com Cristo;
d) Em atitude de reverência e temor (Hb 12.28; Lv 26.2; Tt 2.7);
– evitar conversas paralelas, lanches, celulares, negócios,…..
e) A Bíblia nos oferece vários exemplos, tanto de cultos falsos como verdadeiros, bem como as conseqüências de cada um.
CONCLUSÃO
Vivemos época em que muitas igrejas pentecostais estão passando por crises em sua estrutura, motivadas pela mudança de conceitos e valores. O desenvolvimento da sociedade tem influenciado sobremodo o cotidiano de muitas denominações.
Algumas procurando adequar suas liturgias, doutrinas e dogmas têm enfrentado situações de conflitos entre o antigo e o novo. Entretanto, temos que compreender que o foco não deve estar no antigo e no novo, mas no bíblico e no não bíblico.
Gostei demais deste texto.
DEUS seja louvado
Gostei demais deste texto.
DEUS seja louvado