(Gl 5.22)
INTRODUÇÃO
Veremos que quando o Espírito Santo controla completamente a vida de uma pessoa ele produz todas as virtudes do Fruto, as quais são partes integrantes de um único desenvolvimento espiritual. São considerados do Espírito por serem encaradas como produção sua. Como procedentes de sua pessoa, como algo divinamente produzido, e não apenas como qualidades morais. Identifica um cidadão do Reino. Vai além de um processo ético.
I. FRUTO DO ESPÍRITO
1. O Fruto
a) Qualidade morais, divinamente implantadas p/ adquirirmos a imagem de Cristo(2Co 3.18).
b) É uma metáfora freqüente nas páginas do N.T, designando algum resultado santo, alguma manifestação moral na vida humana
c) Estando no singular – tende a enfatizar a unidade e coerência da vida no Espírito oposta à desorganização das obras carne (fruto em lugar de obras)
d) É possível que aponte para Cristo(perfeição), onde o Espírito procura reproduzi-lo em nós
e) Enquanto as obras da carne são mais de uma, o fruto do Espírito é um e indivisível
2. O Espírito
a) Opõe-se com a carne (Espírito em lugar de carne).
b) O Espírito Santo nos faz nascer de novo e nos renova – concede-nos uma nova natureza e permanece em nós produzindo o fruto, ou seja, a imagem de Cristo (Gl 4.19).
c) Somente o Espírito Santo pode produzir, e não nossos próprios esforços, ele é a fonte de tudo. Não basta ler a Bíblia e orar deve haver inquirição e submissão a ele
II. OS ASPECTOS OU VIRTUDES DO FRUTO DO ESPÍRITO
1. Divisões
a) A primeira tríade refere-se à nossa atitude em relação a Deus(amor/gozo/paz)
b) A segunda lida com os relacionamentos sociais(longanimidade/benignidade/bondade)
c) A última descreve os princípios que guiam a conduta de um cristão(fé/mansidão/domínio)
2. Amor
– consiste em querer para os outros, aquilo que queremos para nós mesmos. É a dedicação e o dispêndio de tempo e de energias em favor do próximo. Um desejo intenso de agradar a Deus e fazer o bem a humanidade.
a) É o solo onde são cultivadas todas as demais virtudes espirituais(1Co 13)
b) O amor é decisivo, inspira e vitaliza a fé(Gl 5.6)
c) É prova da espiritualidade e tem seu início na regeneração(1Jo 4.7-8)
d) Modalidades: amor próprio; amor de Deus, de Cristo e dos seres e coisas espirituais; amor de Deus pelo homem; amor do homem com o seu semelhante
3. Gozo/Alegria
– aquela qualidade de vida que é graciosa e bondosa, caracterizada pela boa vontade, generosa nas dádivas aos outros, resultante de um senso de bem-estar espiritual, por causa de uma correta relação com Deus.
a) É o regozijo no Espírito Santo – envolve pensamentos suaves/corações jubilosos(Fp 4.4)
b) É o que cristo concede aos seus seguidores(Jo 15.11) e é pelo Espírito (1Ts 1.6;Rm 14.17), não é uma emoção artificial. Inspira confiança, esperança e coragem.
4. Paz – envolve muito mais que uma tranquilidade íntima.
Trata-se de uma qualidade espiritual, produzida pela reconciliação, pelo perdão dos pecados e pela conversão da alma, transformando segundo a imagem de Cristo. A verdadeira paz tende para a tranquilidade de consciência.
a) Deus é a fonte da verdadeira paz(Rm 1.7;15.33)
b) É o Dom de Cristo(Jo 14.27) e inclui uma reação interior(Fp 4.6) e relacionamento harmonioso com os outros. É a tranquilidade mental alicerçada nas corretas relações com Deus e semelhantes
5. Longanimidade/Paciência
– é a paciência que nos permite subjugar a ira e o senso de contenda, tolerando as injúrias. Constância da alma sob a provocação à alteração
a) Relaciona-se com a atitude da pessoa para com os outros e envolve uma recusa em revidar ou se vingar do mal recebido(2Co 6.6;Cl 1.11;3.12;Tm 1.16;Rm 2.4;9.22;1Pe 3.20)
b) A longanimidade de Deus para com o homem diante de suas falhas e imperfeições, em usar a misericórdia em vez da indignação, deve moldar nosso relacionamento com o próximo.
6. Benignidade/Amabilidade
– significa ser gentil e gracioso para com seus semelhantes, não se mostrando inflexível e exigente. Retrata também, a excelência de caráter e honestidade. Doçura de temperamento, sobretudo para com os inferiores, predispondo-nos a uma atitude afável e cortês, que nos deixa facilmente abordáveis, quando alguém nos magoa.
a) É a benevolência nas atitudes, uma virtude visivelmente social
b) Sempre se mostra alegre em dar algo aos outros – Cristo dou-se por nós
7. Bondade
– é aquela qualidade de generosidade e de ação gentil para com outras pessoas, tudo se originando, naturalmente, de um caráter intimamente bondoso. Outros temos correlatos: retidão, prosperidade, gentileza(Rm 15.14;2Ts 1.11).
a) É uma probidade da alma que aborrece o mal, uma honestidade definida de motivações e conduta
b) Uma pessoa é bondosa quando se dispõe a ajudar àqueles que estão em necessidade.
8. Fé/Fidelidade
– pode significar tanto confiança quanta fidelidade, embora a fé seja o principal aspecto destacado aqui. Neste contexto indica a confiança em Jesus Cristo(Ef 2.8-9)
a) Fidelidade (lealdade), procedem do Espírito Santo (Tt 2.10)
b) Não é um produto humano, mas ocorre da operação divina – consiste em uma confiança e entrega de alma em Cristo, resultante de uma experiência com Ele.
c) A fé não é uma crença(Rm 1.17). A crença é passiva e a fé é ativa. É como o amor não pode ser forçado. É vitalizada pelo amor e pela comunhão com Cristo.
9. Mansidão
– significa placidez, modéstia, gentileza. Consiste em um espírito de mansidão e gentileza no trato com o próximo. Trata-se de uma genuína falta de maldade e aspereza, de mistura com as qualidades da paciência e da gentileza. Deus é fonte desta virtude.
a) Baseia-se na humildade e indica uma atitude para com os outros, mantendo a devida negação do ego. É um caráter daqueles que irão herdar a terra(Mt 5.5)
b) Trata-se de uma submissão do espírito humano para com Deus, e em seguida para com o próximo. É resultado da verdadeira humildade, com recusa de nos considerarmos superiores
10. Domínio Próprio/temperança
– significa reprimir com mão firme, autocontrole, autodisciplina.
a) É o controle da vida do ego por meio do Espírito. Controle sobre as obras da carne
b) Para obter vitória todo cristão precisa de autodisciplina e total autocontrole, mais isso só pode ocorrer com a ajuda do Espírito Santo(Pv 16.32).
Obs.: Aristóteles disse: ”Considero mais corajoso aquele que domina os seus próprios desejos do que aquele que conquista os seus inimigos, pois a vitória mais difícil é a vitória sobre o próprio ‘eu’.”
CONCLUSÃO
Vimos que a vida espiritual, na totalidade de seu desenvolvimento, não consiste em resoluções morais e esforços humanos. Pelo contrário, o ser humano do crente vai sendo transformado segundo a natureza divina. E esse processo de transformação moral está muito além da capacidade do homem mortal decaído. Tornar-se alguém gradativamente perfeito, mediante a implantação do “Fruto do Espírito” significa vir a participar perfeitamente da natureza moral positiva do próprio Deus(Rm 3.21). Agradeça a Deus por sua graça em Cristo, que cobre as suas falhas. Agradeça-lhe também por sua proteção, que tem livrado você de muitos perigos espirituais.