A expressão do amor verdadeiro
Lc 15.1-7
INTRODUÇÃO
Esta passagem demonstra que Jesus veio quebrar paradigmas de uma falsa religiosidade. O poder o Evangelho ultrapassa
nosso entendimento ético e alcança toda humanidade. As Boas Novas de Jesus não é excludente, cada pecador é foco de sua atenção e misericórdia.
I. A EXPRESSÃO DO AMOR DA TRINDADE
1. Do Pai, o Deus Criador
a) A humanidade é um rebanho do qual Deus é o dono
– criou o homem a sua imagem e semelhança para com ele se relacionar (Ef 1.6)
b) O homem é sua propriedade e possui grande valor
– outros podem intitular-se dono da criatura, porém Deus dela não abre mão
c) O valor de algo só é sentido pelo seu dono
– a importância é proporcional ao sentimento de amor que temos por ele
d) A separação traz dor e tristeza
– o pecado privou o homem de viver o plano de Deus, mas Ele proveu a redenção (Gn 3.15)
e) O amor de Deus pelo homem é incomparável
– abdicou-se de seu Filho em prol da humanidade (Jo 3.16)
2. Do Filho, o Redentor
a) Jesus veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10)
– sua missão é redimir toda criatura da morte (Rm 3.23) para a vida (Jo 10.10)
b) Restabelecer ao homem o status de filho de Deus (Jo 1.12; 1Jo 3.1)
– por Adão veio a morte eterna, mas por Cristo a vida eterna (Rm 5.19)
c) Cristo é o mediador da Nova Aliança (Hb 9.15)
– pagou com seu sangue o preço que o homem devia ao Criador (Hb 9.14; Rm 3.24)
d) Tornou possível ao homem se relacionar com Deus, por meio do amor (Mc 12.29-31)
– amou a todos mesmo diante da rejeição e traição (Lc 13.34; 23.34a)
e) Quem guarda os mandamentos de Jesus permanece no seu amor (Jo 15.10-13)
– o mandamento é amar ao próximo como ele nos amou, dando por eles nossa vida (Mc 10.45)
f) Quem o ama apacenta seu rebanho (Jo 21.15-17)
– apascentar é fazer discípulos e isso cabe a cada um de nós (Mt 28.19-20)
3. Do Espírito Santo, o Consolador
a) Aquele que o ama e guarda seu mandamento tem a promessa do Consolador (Jo 14.16-18)
– Ele foi enviado para não nos sentirmos órfãos
b) Ele é o agente transformador da nova natureza (Rm 8.15)
– somos filhos da adoção por meio do Espírito Santo
– o que nos faz herdeiro de Deus é a presença de Seu Espírito em nossa vida
c) Ele conhece as profundezas de Deus e nos revela (1Co 2.9-16)
– nEle compreendemos os desígnios de Deus e o projeto para nossa vida
d) Sua missão é convencer o homem do pecado, e da justiça e do juízo (Jo 16.8-15)
– guiar o homem na verdade para anunciar o que há de vir
e) É Ele que implementa a obra da redenção por meio da ação missionária (At 1.8)
– esta ação é uma obra conjunta da divina Trindade
II. A EXPRESSÃO DO AMOR ENTRE O PASTOR E O SEU REBANHO (Lc 15.1-7)
1. Característica do rebanho (vv. 1-2)
a) A multidão que cercava Jesus era composta por todas as classes
– estavam presentes ricos e pobres, assim a ilustração podia ser entendida pelos ouvintes
b) Jesus mostrou que o reino de Deus é para todos (Lc 4.18-19)
– não fez acepção de pessoas, pois veio chamar os pobres, desprezados e párias
c) Esse investimento promoveu crítica é ódio por parte dos “religiosos” daquela época
– o Evangelho não visa acalentar “ego de salvo” e sim salvar o perdido
d) Cada ovelha do rebanho tem necessidade e realidade distinta (Sl 23)
– sua sobrevivência depende exclusivamente do pastor, pastos verdejantes e águas tranquilas
2. Característica do Pastor (v. 4)
a) Vocábulo no hebraico é “raah” e no grego “poimen”, significa “cuidar dos rebanhos”, “dar pasto”, cuidar de ovelhas
– era uma atividade comum no meio do povo de Israel; p.ex., Davi
b) Jesus se identifica como o principal Pastor (Jo 10.11)
– os demais são por delegação (subpastores)
c) O cuidado do rebanho envolve segurança, zelo e alimentação (Pv 27.23)
– o pastoreio deve ser exercido nos moldes que Jesus ensinou (com dedicação e sem acepção)
d) Quando Jesus deixa de ser o exemplo a prática pastoral perde o sentido
– escândalo, profissionalismo, falta de identidade e de consagração,…
e) Buscar a ovelha perdida trata de responsabilidade para com seu dono
– prestava-se conta pela ovelha perdida apresentando-a ou o que sobrou dela
3. As 99 que ficaram no deserto
a) Nos dias de Jesus 100 ovelhas denotava um proprietário bastante rico
– para esse pastor não se tratava de uma perca financeira, mas de sentimento
b) Ao perceber a ausência de uma largou as 99 e foi atrás da que estava perdida
– quanto mais tempo a ovelha passasse sozinha, mais improvável seria encontrá-la viva
c) As ovelhas no rebanho agem em conjunto
– por isso poderiam enfrentar os predadores no deserto (pasto aberto)
d) O pastor deixou-as temporariamente, por saber que se defendem mutuamente
– uma única alma vale mais que o mundo todo perdido
4. A ovelha que se desviou do caminho
a) O texto não informa às razões que levaram a ovelha se perder do rebanho
– Jesus não estava preocupado com isso, mas com seu retorno ao aprisco
b) Não houve nenhuma acusação, reprimenda ou punição (Mq 7.19)
– o arrependimento é que proporciona o retorno à nova vida (At 3.19)
c) Fatores atuais que conduzem a apostasia (2Tm 4.3,4)
– rejeição, acepção e falta de: amor, unidade, consagração, maturidade,…
– mundanismo, secularismo, relativismo, falsas teologias,…
d) O aprisco (Igreja) deve prezar por um ambiente saudável e seguro
– ovelhas são dóceis e emblemas de mansidão, simplicidade, paciência, utilidade, inocência
5. O reencontro promove festa nos céus e na terra (vv. 5-7)
a) Achar a ovelha ainda viva trouxe alegria ao Pastor
– a igreja deve mostrar este amor de Deus que não abandona o homem
b) Tratou-a com carinho colocando-a sobre os ombros
– cumprir a vontade de Deus requer negação, esforço e sacrifício pelo próximo (Mc 8.34)
c) Motivo de festejar com os amigos
– a conversão e a reconciliação devem ser motivo de júbilo na Igreja
d) A festa no céu quando uma ovelha “perdida” retorna ao aprisco
– quando um desviado retorna a comunhão, saindo de seu estado miserável
6. A tarefa hoje está a cargo da Igreja (Mc 16.15)
a) O “ide” de Jesus é uma ordenança à Igreja
– o desejo de Deus é que todos cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2.4)
b) Devemos amar os perdidos como Cristo os ama
– ter persistência no desempenho dessa magnífica tarefa (1Pe 1.12)
c) Os clamores de Deus, do mundo e do inferno devem incomodar a Igreja (Is 6.8a)
– a inércia e apatia devem dar lugar ao dinamismo da obra missionária (Lc 24.49)
d) É triste uma Igreja que não nutre este sentimento de amor e compaixão
– Jesus viveu para fazer a vontade de Deus (Jo 4.34) e você?
e) Formosos são os pés dos que anunciam o Evangelho (Rm 10.15)
– missionário seu trabalho é de grande valor, pois representa a vontade de Deus!
CONCLUSÃO
Deus não deseja que nenhum desses pequeninos pereça. É necessário nos dias atuais que a Igreja absorva e viva obra
missionária, pois pouco tempo nos resta e haveremos de prestar contas ao Supremo Pastor (Hb 13.17). Despertemo-nos do sono negligência e renovemos nossas forças, pois “grande é a seara e poucos são os ceifeiros” (Lc 10.2).