Os que seguiam Jesus
(Mc 14.32-34)
INTRODUÇÃO
Estamos frente a uma das narrativas mais humanas de Jesus. O ápice de Sua experiência. Momento em que necessitava do consolo de seus amigos. Porém, nesta longa noite ficou só. Este texto ensina a necessidade de integridade, fidelidade e companheirismo que deve haver entre aqueles que se dizem cristãos. Dividiremos o tema em dois segmentos.
I. OS QUE FICARAM SENTADOS ENQUANTO JESUS ORAVA (v. 32)
1. Apenas acompanhavam
a) Não estavam no rol dos amigos íntimos
b) Compunham o grupo da maioria
– temos que ter atitude e fazer a diferença, sair da mesmice, da “vala comum”;
c) Acompanhamento não é sinônimo de comprometimento
– Jesus nos chamou para sermos um com Ele (Jo 15.4-5);
2. “Assentai-vos aqui, enquanto eu oro” (v. 32b)
a) Jesus padeceu como homem (Hb 5.7-8)
– esvaziou-se de sua Glória (Fp 2.5-7);
b) Esse grupo desconhecia a aflição do Líder;
– apenas expectadores e não participantes de seu ministério;
– se você soubesse o que se passa no coração de Jesus…. teria outra atitude;
c) Não tinham intimidade com Jesus
– alheios aos problemas que os cercavam, perdidos em seus próprios dilemas;
– vida espiritual raquítica, ministério apagado e embotado;
3. Conseqüências:
a) Ficar fora do rol de intimidade de Cristo
b) Não conhecer ou vivenciar experiências pessoais com Ele
c) Ser deixado de lado em projetos especiais do Reino de Deus
II. OS QUE DORMIRAM ENQUANTO JESUS ORAVA (vv. 33-41)
1. Rol de amigos chegados e especiais
a) Pedro e os filhos de Zebedeu (Tiago e João)
– testemunhas que contemplaram a transfiguração (Mt 17);
b) Jesus tem seus prediletos, não adianta fazer oposição
– Deus amou Jacó e aborreceu a Esaú (Ml 1.2-3);
– se você é um dos favorecidos de Deus teus inimigos terão que aceitar;
c) Foram ao Getsêmani (lagar/prensa de azeite), localizado ao pé do Monte das Oliveiras
– dentre os demais foram nomeados para manterem a vigília junto com o Mestre;
2. Acerca do azeite
a) Óleo extraído da azeitona, de outras frutas ou da gordura de certos animais;
b) Uso (Pv 27.9; Mc 6.13; Lc 10.34; Hb 1.9; 1Rs 17.14)
– geral – comida, luz, purificação, higiene corporal, cosmético;
– Pessoas – medicinais, alegria, higiene, honra (falecidas/ hóspedes);
– Objetos – ungir, separar e consagrar ao Senhor;
c) Um dos símbolos do Espírito Santo (1Jo 2.20,27 – “Vós tendes a unção dos santos”)
– atributos do Espírito Santo – abre os céus, consola, convence, dá acesso ao Pai, da fruto, dá ousadia, intercede, inspira, ensina , revela, testifica…;
– Sua presença traz p/ o Cristão – sensibilidade contra o pecado, desejo pela retidão, percepção do juízo divino, adoração a Deus…;
– Sua presença traz p/ a Igreja – mensagens proféticas e louvor, visões, manifestação dos dons, oração e intercessão, amor a palavra de Deus, desejo em resgatar as almas perdidas…;
– Nos leva à vida eterna, receber galardões, reinar com Cristo…;
d) No Getsêmani temos comunhão intima com Deus e somos agraciados pelo Espírito Santo;
3. “A minha alma está profundamente triste até a morte;”
a) Participaram do pavor, da tristeza e da angústia de Jesus
b) Jesus precisava de apoio e consolo, pois se sentia aterrorizado, atônito…
c) Jesus homem sofria ante a sentença de morte de cruz
– o peso e a negridão do pecado montavam um cenário de densas trevas e tormenta, onde Satanás e seus adeptos apostavam na derrota;
– agonia era real e sem paralelo humano (2Co 5.21);
d) Outros personagens vivenciaram momentos similares
– Jonas (Jn 4.9); Davi (Sl 22.16; 40.13);
4. “Ficai aqui e vigiai.”
a) Como líder adiantou-se para não estar no foco da visão deles
– a momentos íntimos onde trocamos a farda, ocasiões onde a só com Deus revelamos nosso interior;
– fechando a porta choramos e nos derramamos diante de Deus;
– a falta desses momentos tem levados muitos a crises existenciais e depressões;
– Onde tem sido o seu Getsêmani?
b) Implora a ajuda, consolo e fortalecimento dos amigos
– em sua jornada atendeu vários pedidos, agora vivenciava a rejeição de sua solicitação;
– a momentos em que uma palavra, gesto ou atitude realiza um grande milagre;
– precisamos da simpatia mútua uns dos outros;
c) Vencidos pelo sono e insensíveis ao apelo do Mestre
– apesar de estarem ao lado de Jesus desconheciam a crise que ele enfrentava;
– o fato de Jesus em outras ocasiões ter conseguido escapar das perseguições, pode ter levado-os a terem uma falsa segurança;
– a sonolência provoca a morte espiritual, pois nos torna insensíveis;
d) Jesus prevaleceu ante a luta e agonia (mental, física e espiritual), sendo tentado em todas as áreas
– a receita é uma vida de vigilância, de exercício espiritual por meio da oração;
– os discípulos fraquejaram por causa da preguiça, inércia, falta de simpatia, egoísmo e negligência espiritual;
5. Lições:
a) O fato de ser intimo de Jesus não é sinônimo de possuir graça suficiente para vencer em tempos de provação ou mesmo de reconhecer a ameaça das crises;
b) Quantos dormem enquanto outros lutam pela sobrevivência;
c) Quantos de nós se põe a dormir quando outros atravessam a noite na solidão da inquirição da alma;
d) A insensibilidade espiritual conduz a um evangelho de fachada, uma vida infrutífera e a um destino de rejeição;
e) Quem está disposto a velar por seu próximo? Ser a sentinela? Colocar-se na brecha?
f) “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.41)
CONCLUSÃO
Numa sociedade individualista e capitalista, poucos são aqueles ainda que nutrem alguma simpatia pelo próximo. Por isso que: (1) as almas estão sendo tragadas ao inferno, ante a inércia e insensibilidade da igreja; (2) que irmãos machucados têm-se evadido da igreja, manietados pela mágoa e falta de fé. Como sacerdócio real (1Pe 2.9) temos a responsabilidade de manter a vigília nesta última hora. E você! O que tem feito?