OS DEZ MANDAMENTOS

Uma prova de fidelidade!
Êx 20.1-17
INTRODUÇÃO
O texto em questão mostra Iahweh como autor da escolha, livramento e criador da nação israelita. O deus libertador era também legislador. A promulgação da Lei revela o caráter moral de Deus (Mt 5.48). A gratidão ante o livramento requer do povo obediência a Lei Divina. Aprenderemos que nossa libertação do pecado mediante o sacrifício de Cristo requer também obediência.
I. O PROPÓSITO DA LEI DIVINA
1. Advém de um pacto/Aliança (Êx 19.1-8; 20.2)
a) O pacto da lei não teve a intenção de ser meio de salvação
– todo contrato é celebrado por direitos e deveres
b) Celebrado após a redenção alcançada mediante poder e sangue (Êx 20.1-2)
c) Pela graça Israel estava restaurado a ter uma justa relação com Deus, isto é, Israel já era seu povo
d) A Lei visava ajudar o povo a manter uma relação mais íntima com Ele
f) A motivação para cumprir a lei deveria ser o amor e a gratidão a Deus por havê-los redimido e feito filhos seus
2. As promessas condicionadas à obediência do povo (Êx 19:5, 6)
a) Seria sua “propriedade peculiar” ou possessão
– implica tanto um valor especial como uma relação íntima;
– o Senhor escolheu a Israel dentre todas as nações para seu povo especial e para ser como sua esposa.
b) Seria um “reino sacerdotal”
– Israel teria acesso a Deus e deveria representar o Senhor, seu Rei, perante o mundo inteiro
c) Seria “povo santo”
– diferente das nações pagãs que o rodeavam, uma nação separada para ser de Deus, a quem serviria e prestaria culto.
d) Essas promessas alcançam a igreja, o Israel de Deus (1Pd 2.9, 10)
3. O Propósito da lei
a) Proporcionar uma norma moral onde Israel demonstrar ser filho de Deus, vivendo uma justa relação com seu Criador e com o próximo
– atua como um mestre ensinando e ajudando o povo a manter a relação com Deus (Gl 3.24)
b) Demonstrar que Deus é santo e que Ele exige a santidade de toda a raça humana
c) Mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e fazê-la entender que somente mediante a graça pode ser salva (Gl 3.24, 25).
4. A abrangência da Lei
a) A Lei trouxe um sistema de sacrifícios e cerimônias para que o pecado fosse retirado;
– Jesus cumpriu o rito sacerdotal por meio de seu sacrifício (Hb 7.22-28)
b) A salvação é pela graça (Ef 2.8-9)
c) Os profetas demonstraram que sem fé e amor as formas, cerimônias e sacrifícios da lei de nada valiam (Mq 6.68; Am 5.21, 24; Os 6.6; Is 1.1-15)
d) A Lei não é o meio para se alcançar a salvação, mas o caminho, o mestre e a norma de conduta
e) O decálogo foi ratificado em dois 02 grandes mandamentos no Novo Testamento (Mc 12.22-31)
– Jesus não veio abolir a Lei, Ele a cumpriu por nós (Mt 5.17-20)
II. A LEI DIVINA PROCLAMADA
1. Preparativos e sinais (Êx 19.9-25)
a) A presença de Iahweh foi manifestada por sinais: nuvens, trovões, relâmpagos, sonido da buzina e o monte fumegando (v 16)
b) A santidade de Deus foi requerida antes, durante e depois da promulgação do decálogo
– o povo teve que se santificar (v 10)
– foi demarcado limites ao redor do monte para que não o tocassem (v 12)
c) Demonstra a grandeza inacessível de Deus e sua sublime majestade ante sua criação
d) Jesus por seu sacrifício reatou nossa comunhão com Deus (Jo 14.6-7)
2. O decálogo (Êx 20.1-26)
a) Seu nascedouro foi Deus
b) Escrita em duas tábuas de pedra e guardada dentro da arca durante séculos
– o povo saia do Egito, nação politeísta, necessitando aprender a conviver com um único Deus
c) No tabernáculo servia para lembrar o povo de que deviam viver de acordo com ela
d) Se dividem em:
– os quatros primeiros relações que devem imperar entre os homens e Deus
– os restantes têm que ver com as relações dos homens entre si
e) Por isso, que Jesus os resumiu em 02 grandes mandamentos (Mc 12.22-31)
3. O significado do decálogo
a) 1º Mandamento – A unicidade de Deus (v 3)
– “Não terás outros deuses diante de mim.”
– há um só Deus (monoteísta) e só a ele havemos de oferecer culto
– qualquer outro tipo de adoração é violação do primeiro mandamento (Mt 6.24)
– existem deuses internos e externos, porém todos falsos
– não basta acreditar, mais devemos reconhecer e obedecer sua autoridade moral
– o verdadeiro Deus não tolera rivais (Êx 34.14), foi a principal razão dos cativeiros
b) 2º Mandamento – A espiritualidade de Deus (v 4)
– “Não farás para ti imagem.”
– a imagem promovia cultos politeístas, isto é, conduz a idolatria
– imagem refere-se a esculpir qualquer objeto no céu ou na terra (Is 30.22; 40.19; 44.10; Jr 10.4)
– adorar/venerar imagens ou deuses falsos,
– prestar culto ao verdadeiro Deus em forma errada
– tais coisas degradam ao Criador, pois Ele é espírito e não tem forma
– o cristianismo ao juntar-se com o paganismo criou várias formas de sincretismo religioso
c) 3º Mandamento – A santidade de Deus (v 7)
– “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.”
– inclui qualquer uso do nome de Deus de maneira leviana, blasfema ou insincera
– inclui ainda: forma trivial (Ó meu Deus!), nas artes mágicas e nos juramentos falsos ou não(Lv 19.12), misturar Seu nome com deuses pagãos, bruxaria (invocar mortos).
– deve-se reverenciar o nome divino porque revela o caráter de Deus
– Jesus proibiu terminantemente jurar pelas coisas sagradas (Mt 5.34-37)
– nossas ações devem ser verdadeiras, sem recorrer a juramentos
d) 4º Mandamento – A soberania de Deus (v 8)
– “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.”
– um dia da semana pertence a Deus, dia de descanso e observância espirituais
– visa reconhecer a soberania de Deus guardando o dia de repouso
– esse dia dedicamos ao Senhor que é o Criador a quem devemos culto e serviço
– “santificar” o dia significa separá-lo para culto e serviços religiosos
– a guarda do “sábado” era o sinal do pacto mosaico, mas sob a graça todos os dias podem ser guardados (Gl 4.10)
e) 5º Mandamento – Respeito aos representantes de Deus (v 12)
– “Honra a teu pai e a tua mãe.”
– não apenas uma regra religiosa, mas social uma vez que os atos domésticos afetam a sociedade
– honrar a Deus implica em honrar os pais
– o homem que não honra a seus pais tampouco honrará a Deus, pois esta é a base do respeito a toda a autoridade
– ir contra a autoridade dos pais na Bíblia é tratada como insensatez (Pv 30.17) e recebiam castigo (Êx 21.15,17)
– apóstolo Paulo rememora esta relação pais e filhos (Ef 6.1-3)
f) 6º Mandamento – A vida humana é sagrada (v 13)
– “Não matarás.”
– proíbe o homicídio, pois a vida do homem é a sua mais preciosa possessão
– a Bíblia e a morte (Êx 20.12,13; 21.15-17,21; Gn 9.6; Dt 20.1-4; 24.7; 1Sm 31.4,5)
– tipos de mortes: natural, homicídio, acidente, pena de morte, em guerras, suicídio, eutanásia
– Jesus expande a interpretação deste mandamento incluindo o ódio, a inveja, a má vontade e o assassinato de caráter (Mt 5.21,22)
g) 7º Mandamento – A família é sagrada (v 14)
– “Não adulterarás.”
– os cônjuges devem-se honrar mutuamente
– visa proteger o matrimônio como uma instituição sagrada instituída por Deus
– inclui tanto o homem como a mulher (Lv 20.10; Hb 13.4).
– Jesus expande a interpretação deste mandamento incluindo não apenas o ato como o olhar impuro (Mt 5.27,28)
h) 8º Mandamento – Respeito à propriedade alheia (v 15)
– “Não furtarás.”
– temos o direito de possuir as coisas, de maneira honesta
– ser subtraído e privado delas arbitrariamente é furto (ausência) ou roubo (presença)
– outros exemplos explorar o empregado, não prestar o trabalho correspondente ao valor combinado, cobrar demasiado, descuidar da propriedade do senhor, corrupção, qualquer ato desonesto de fraudar
i) 9º Mandamento – A justiça (v 16)
– “Não dirás falso testemunho.”
– inclui tanto o sistema judicial (Êx 23.1) como o individual (Dt 19.16-20), a verdade terá de ser dita
– sua prática arruína a vida e a reputação de uma pessoa e impedindo-a de receber tratamento justo por parte dos outros
– a mentira tem que ser abolida, pois quem a pratica não herdará os céus (Ap 21.7-8; 1Co 6.9-10)
j) 10 Mandamento – O controle dos desejos (v 17)
– “Não cobiçarás.”
– a cobiça é o ponto de partida de muitos dos pecados contra Deus e contra os homens
– trata de cobiçar os bens materiais do próximo
– quem não cobiça, também não mata, adultera ou furta
CONCLUSÃO
Deus corresponde com misericórdia para com aqueles que permanecem fiéis aos seus mandamentos (Êx 20.6). Os israelitas prometeram solenemente cumprir toda a lei, mas não perceberam quão fraca é a natureza humana nem quão forte é a tendência para pecar. Os mandamentos ainda continuam como preceitos morais a serem praticados pela Igreja.

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