INTRODUÇÃO
No estudo de hoje apresentaremos sete testes de honestidade que se encontram na Primeira Epístola de João. Os testes revelam as condições da conduta moral em relação a um padrão divino pré-estabelecido. Ser honesto é requisito para ver o Reino de Deus.
Rui Barbosa escreveu: “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto…”
I. A HONESTIDADE
1. Algumas considerações:
a) Os testes de honestidade que veremos a seguir, demonstram condições de conduta moral em relação a um padrão divino;
b) O termo “Ean eipwmen“ (Se dissermos) é um condicional grego de terceira categoria, um modo muito delicado de declarar a possibilidade;
2. Conceito
a) Qualidade ou caráter de honesto; honradez, dignidade; probidade, decoro, decência; castidade, pureza, virtude; integridade, probo, reto, puro;
b) É um princípio de Salvação no Reino de Deus.
II. O TESTE DE HONESTIDADE
1. Falsa comunhão (1.6)
“Ao afirmar que mantêm comunhão com Deus e anda nas trevas”
a) Neste caso a verdade não é apenas o que se diz, mas também o que se faz:
– andar nas trevas é estar fora da vontade de Deus;
– este teste liga o andar com Deus com a atitude de fazer a sua vontade;
– só tem comunhão com Deus aquele que anda com Ele;
b) Demonstra a prova da filiação:
– aquele que é um remido deve agir como filho de Deus;
– esta comunhão resulta em santificação, que por conseqüência é prova de filiação;
– envolve cada aspecto da vida diária;
– a luz de Deus ilumina o caminho daqueles que buscam a santificação.
2. Falsa Santidade (1.8)
“Ao afirmar que não têm pecado nenhum”
a) O pecado a que se refere este teste e quanto a sua natureza, princípio ou raiz, e não ao ato;
– negar esta natureza traz duas conseqüências: (1) a nós mesmos nos enganarmos e, (2) a verdade não está em nós;
– este teste induz a confissão do princípio do pecado.
b) Devido ao pensamento gnóstico da época que afirmava que a alma é sem pecado, muitos adotavam este pensamento e afirmavam que não tinham pecado;
– João contradiz esta teoria mostrando que isto trata de um misticismo falso;
– a comunhão com Cristo depende da purificação do pecado e da santidade;
– hoje a teologia liberal tem pensamento similar, evangelho de facilidade, sem negar-se a si mesmo;
3. Falsa Justiça (1.10)
“Ao afirmar que não têm cometido pecado”
a) Este teste refere-se ao ato do pecado e não a natureza:
– negar a prática deste ato é chamar Deus de mentiroso, pois Ele diz que o homem pecou;
– somos confrontados com a Luz a fim de reconhecermos nosso estado pecaminoso;
– a confissão genuína inclui abandonar o pecado, tendo uma vida de vitória;
– este teste induz a confissão de pecados pessoais.
b) Refere-se à mesma teoria do item anterior sobre o pensamento gnóstico:
– neste caso é tratado como blasfêmia, em que Deus é feito mentiroso, visto que ensina que todos os homens são pecadores;
– negar o pecado e desafiar a veracidade de Deus.
4. Falsa Lealdade (2.4)
“Ao afirmar que conhece a Deus e não guarda seus mandamentos”
a) Imitar a Cristo é guardar seus mandamentos:
– este teste liga o conhecer a Cristo com a guarda de Seus mandamentos;
– não guardar os mandamentos é ter um caráter falso e encontrar-se desprovido da verdade.
b) Ainda está em foco a doutrina gnóstica, porém o caminho percorrido por eles não produzia a santidade, sendo espúrio por estar fundamentado num conhecimento falso:
– uma vida desobediente demonstra a falta de uma verdadeira prática religiosa e de honestidade;
– apenas uma exteriorização sem fundamento no interior; enganar-se a si mesmo;
5. Falso Testemunho (2.6)
“Ao afirmar que permanece nEle e não anda como Ele andou”
a) Este teste declara que estar (permanecer) ao lado de Cristo resulta na implicação (dever) moral de imitá-lo:
– o padrão de Cristo deve ser seguido, caso contrário é um falso testemunho;
– devemos chegar a estatura de varão perfeito.
b) Cristo deixou um exemplo a ser seguido:
– obedecer seus mandamentos é andar na luz;
– ser cristão é ser constantemente moldado pelo caráter de Cristo (mente/vontade), o padrão do cristão.
6. Falsa Espiritualidade (2.9)
“Ao afirmar que estar na luz e odiar seu irmão”
a) Este teste coloca em prova a imitação de Cristo:
– é um confronto da conduta com a vida de amor e auto-sacrifício de Cristo;
– busca revelar a inconsistência entre o falar e o agir;
– uma das características daquele que imita a Cristo é o amor ao próximo;
– não amar o irmão é o oposto de andar na luz, é viver em trevas.
b) A prova do amor não estar em falar e sim em praticar:
– o amor pertence a luz e o ódio as trevas;
– o andar de Cristo resultava em amor, isto deve suceder conosco.
7. Falso amor a Deus (4.20)
“Ao afirmar que ama a Deus e odeia seu irmão”
a) Este teste declara que aquele que ama a Deus, demonstra amor pelo próximo:
– é comprovado através de nossa conduta;
– é cumprir os mandamentos (amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo);
b) Este trecho recomenda o amor fraternal:
– aquele que odeia se encontra em trevas e morte;
– entretanto aquele que passou da morte para a vida pratica o amor;
– está associado a uma vida superior;
– a prova do amor a Deus consiste em amarmos nossos irmãos.
CONCLUSÃO